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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

refletindo um pouco.


  
Tragédias Naturais:
Onde estava Deus? Onde estava o homem?
As tragédias naturais como a tsunami na Ásia, o terremoto do Haiti, os desabamentos de Angra dos Reis… oferecem reflexões profundas envolvendo o homem neste mundo. Alguns logo querem colocar a culpa em Deus: “Se Deus existe e é bom não permitiria essas catástrofes… Se Deus não pode impedir as catástrofes, então, não tem poder, logo não é Deus, então, não existe…”.
Mas além dessas conjecturas de fundo ateísta, há também a resposta cristã para o sofrimento, a morte, a dor, a tragédia. É uma resposta lógica e racional, nada fantasiosa ou fugitiva da verdade.
Deus existe, é inegável. Deus não fala, mas tudo fala de Deus; basta olhar para dentro ou para fora de nós mesmos. De onde viemos? De onde surgiu a fabulosa matéria e energia descomunal que deram origem ao Big Bang? O que estava atrás do Muro de Planck? Quem conduziu toda essa evolução até chegar ao homem? Os físicos modernos não têm resposta para isso. A explicação para este mundo e para a nossa vida transcende o natural, está no sobrenatural.
Tudo o que existe fora do nada é obra de Alguém, a matéria e a energia não são eternas, tiveram uma origem, foram criadas, e terão um fim. Se foram criadas, então, existe o Criador. Não existe o “senhor Acaso” potente e inteligente capaz de gerar um Universo ordenado como conhecemos desde os microcosmos dos átomos até o macrocosmo das galáxias.
De onde veio a nossa inteligência, memória, vontade, sensibilidade, capacidade de amar, cantar, sorrir, chorar?… De onde veio a beleza da criança, o encanto da mulher?… o perfume da rosa?
            Deus é bom, onipotente, onisciente e eterno. Sua sabedoria e bondade se revelam na Criação, do reino mineral ao angelical, passando pelo vegetal e animal.

E aí vem a pergunta de sempre: então, porque o mal existe? Por que as catástrofes acontecem?
A primeira resposta é essa: Deus fez tudo bem e para o bem, para o amor; pois Ele é amor. Nele não há sombra de mal, de erro, de impotência e de imperfeição, senão não seria Deus. Ele não pode fazer o mal e enviar o mal a alguém. Então, de onde vem o mal?
Deus criou o nosso planeta e nele colocou o homem – seu lugar-tenente na Terra. Dotou-o de inteligência, memória, liberdade, vontade, consciência, sensibilidade, etc; isto é, o criou da melhor maneira possível, “à sua imagem e semelhança”. Dotou-o ainda de dons preter-naturais (não morrer, não sofrer,…), estava em perfeita harmonia com o mundo, com a mulher, com os animais e com Deus. Este “estado de justiça e de santidade” se manteria sempre, desde que ele se mantivesse na Sua amizade e respeitando Sua autoridade.
Deus entregou o mundo nas mãos do homem, pois confia nele? Não quis que o homem fosse pequeno, um robô, uma marionete teleguiada. Não. Quis alguém grande, livre, inteligente, capaz de dirigir não apenas um carro ou um jato, mas governar com inteligência e bondade a Terra, e estabelecer nela o progresso, a paz, a ordem. Santo Irineu (†200) disse que “o homem é a glória de Deus”.
O maior dom que Deus deu ao homem – e a mais nenhum outro ser na terra – foi a liberdade; e ai está a sua grandeza. Sem ela o homem não seria Sua “imagem e semelhança”. Por isso o homem pode errar, pode sofrer, porque não é um robô.
Mas o homem e a mulher disseram Não a Deus, pecaram, romperam a ordem divina; não aceitaram a bela situação de criaturas, “quiseram ser deuses”. O pecado e a morte entraram no mundo e na história da humanidade. São Paulo revela tudo isso numa frase: “O salário do pecado é a morte” (Rm 6,23). Este “pecado” é o somatório de todos os pecados dos homens; do primeiro casal humano até os nossos.
E a natureza também foi afetada pelo pecado dos homens. Deus disse a Adão depois do pecado: “Maldito é o solo por causa de ti” (Gn 3,17). E também os animais foram afetados, tanto assim que o Profeta Isaias mostra bem que na restauração messiânica, “o lobo morará com o cordeiro e o leopardo se deitará com o cabrito… O leão se alimentará de forragem com o boi … a criança pequena colocará a mão na toca da víbora” (Is 11, 5-9). E “haverá novos céus e nova terra”, sem os males que conhecemos. E Deus mesmo enxugará nossas lágrimas.
Tudo isso significa exatamente que quando todo pecado for arrancado do mundo, então, não haverá mais lágrimas, mortes, conflitos e catástrofes. “Deus será tudo em todos”.
Deus deu inteligência e meios para o homem viver bem neste belo planeta. No entanto, pelo pecado do ateísmo, da ganância, do orgulho, da inveja, da preguiça, do ódio, da falta de amor, etc., o homem causa a desgraça na terra.

Mas, e as catástrofes naturais?

O mundo visível foi criado com belas e perfeitas leis que o sustentam. A gravidade, as leis da mecânica, da ótica, do eletromagnetismo, etc. E Deus não fica interferindo na vida da terra, contrariando as próprias leis que Ele estabeleceu para manter a ordem do universo. Sem essas leis o planeta não existiria. Se alguém saltar ou for jogado do décimo andar de um prédio, Deus não vai suspender a lei da gravidade para aquele corpo em queda livre, porque ele respeita a criação que estabeleceu. Deus é responsável; é Pai, mas não paternalista. Ele nos deu inteligência e meios de dominar a natureza, ou ao menos fugir de seus males, uma vez que ela também foi e é afetada pelo pecado do homem, de ontem e de hoje.
Sabemos que os desabamentos de Angra dos Reis, por exemplo, que mataram muitos, foi culpa do homem; negligência, imprudência, ganância, etc. Na Holanda, por exemplo, onde pode haver transbordamento de rios, uma grande faixa de terra nas margens do mesmo fica interditada para a construção.
A tsunami da Ásia, onde morreram milhares, poderia ter acontecido, mas não morreriam tantas pessoas se não tivesse havido negligência. Enquanto gastos astronômicos são feitos enriquecendo a indústria bélica, ficou patente que a sismologia fracassou lamentavelmente. Alguns sismólogos nos EUA previram a catástrofe, mas a comunicação com as áreas atingidas não foi possível por falta de meios.
É o caso de se perguntar: O homem, orgulhoso de sua ciência que supera até Deus, onde você estava? Como, com todos os recursos de sua informática você não conseguiu avisar a milhares de pessoas sobre o perigo iminente? Incúria!
Se a informação disponível tivesse chegado o número de mortos teria sido muito menor. O homem se gaba de sua ciência, mas seu orgulho foi terrivelmente punido. Será que o mesmo não aconteceu no Haiti, e não vai ainda acontecer em outros lugares por incúria humana?

O Boletim de Noticias da FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, disse o seguinte após a tsunami:


“Um eficiente sistema de alarme contra tsunamis criado pelos Estados Unidos para proteger a sua costa pacífica existe desde 1948. Infelizmente, no Oceano Índico, onde no dia 26 de dezembro uma seqüência de ondas gigantes tirou a vida de mais de 120 mil pessoas, nada existia. Se fenômenos naturais como terremotos e ondas gigantes são inerentes ao funcionamento da Terra, que antes de mais nada é também um organismo vivo, as dramáticas cenas vistas da Ásia durante a última semana poderiam muito bem terem sido menos terríveis. O motivo é que os conhecimentos científicos e culturais obtidos nas décadas passadas não foram aplicados nos últimos anos pelas nações atingidas pelo tremor de agora. No episódio da semana passada, que atingiu de forma indiscriminada pessoas e nações de todo o mundo, toda a tecnologia disponível ficou em segundo plano. O grande tremor de terra nas profundezas do Índico, que por si só serve como um aviso de que um tsunami estaria se formando, foi detectado por vários centros de pesquisa espalhados pelo mundo, inclusive pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília. Entretanto, nenhuma sirene foi soada nas praias ou nas cidades costeiras do Sri Lanka, da Índia, da Indonésia e da Tailândia, países com elevados números de mortos.” (Lições não aprendidas - 03/01/2005).
Após a tsunami, o então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, exortou o mundo a aprender com a tsunami e disse que investimentos limitarão as vítimas e os danos de desastres naturais inevitáveis”. Por que isso não foi feito antes, numa região de tantos turistas. O problema foi que naquela região não havia os recursos técnicos para captar o aviso. Onde estava o homem?
É louvável os milhões de dólares que chegam agora ao Haiti, mas fica uma pergunta: “Será que não seria possível prevenir a tragédia, ou pelo menos diminuí-la?”. Será que o mesmo aconteceria em outro grande país? Sabemos que em países industrializados, os prédios nas zonas de terremoto são construídos sobre sistemas amortecedores que reduzem o estrago causado por movimentos. Mas isso nunca poderia existir no Haiti porque é um país abandonado. É melhor investir bilhões de dólares em pesquisa espacial e na guerra, do que socorrer uma pobre nação. E quer se culpar a Deus? Onde estava o homem?
Existe um limite humano que os racionalistas não aceitam porque para eles “o homem é a medida de todas as coisas”, como se a natureza por si só fosse o princípio de tudo. Há algo maior na vida do homem. Platão disse na sua obra “As leis”, que “Deus é a medida do homem”. As catástrofes sacodem a nossa auto-suficiência que endeusa a ciência.
Além das catástrofes naturais que matam às vezes milhares, que poderiam ser salvos, não se esqueça das guerras que ceifam milhões de vida; há catástrofes piores? Foram 10 milhões na Primeira Guerra, 50 milhões na Segunda, 20 milhões vitimas da loucura do nazismo e 100 milhões vítimas do comunismo ateu. Que culpa Deus tem disso? Onde estava o homem?
As catástrofes não são castigos de Deus, pois um bom Pai, que é Amor, não trata assim seus filhos. Mas é justo perguntar se o homem tem buscado Sua ajuda e proteção. A Igreja nos recomenda se refugiar debaixo da proteção de Deus, da Virgem Maria, dos Santos e dos Anjos, contra os males deste mundo e do demônio. Mas será que o homem moderno têm feito isso? Deus não pode obrigar o homem a se abrigar forçosamente debaixo de sua proteção.
O que temos visto? O homem de costas para Deus, violando tristemente suas leis, praticando o aborto, a prática homossexual, matando embriões que são vidas humanas, praticando a eutanásia, a guerra, o desamor, a corrupção deslavada, a politicagem suja, a pornografia por todos os meios… Como um mundo assim pode ter a proteção de Deus? O homem está expulsando Deus da terra; até os seus sinais sagrados estão sendo agora proibidos. Como podemos assim ter a Sua proteção? Como disse o Papa Bento XVI, “o homem construiu um mundo que não tem mais lugar para Deus”.

Deus não castiga, mas não é obrigado a dar a sua proteção a um mundo que o rejeita, ofende, calca os pés às Suas Santas leis. São Paulo disse: “Não vos iludais, de Deus não se zomba. O que o homem semear, isso colherá” (Gl 6,7). Voltemos para Deus, de todo coração, e teremos a Sua proteção.
Se Deus permite que o mal se abata sobre os homens, como permitiu que a Sua Esposa querida, Israel, fosse deportada para a Assíria e Babilônia, é porque precisa salvá-los. A Revelação divina nos ensina que “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8, 28). Muitos inocentes morrem nas tragédias também, mas Deus sabe do mal tirar o bem. Sua providência consiste no fato de que sabe tirar o bem para os homens inclusive das situações mais dolorosas e trágicas da natureza, assim como de sua maldade e falta de sabedoria. A maneira como Deus faz isso é para nós um grande mistério, mas, porque é bom não permitiria estes fatos dolorosos, se não fosse capaz e não tivesse a intenção de tirar do mal o bem para os homens.
Como não ver nestes tristes acontecimentos, um chamado à “conversão”, como Jesus no Evangelho falou do acidente da torre de Siloé?


Professor Felipe Aquino é teólogo, autor de mais 60 livros, e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: “Escola da Fé” e “Trocando Ideias”

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 Achei interessante o texto, diante dos noticiários nos indagamos inúmeras vezes.


terça-feira, 19 de janeiro de 2010

crônica




Carta guardada na web



Oi meu amor
Saudades de ti! As férias estão boas?
Escrevo esta carta porque não tenho coragem de falar dos meus sentimentos diante de ti, de olhar nos teus olhos. Tenho medo das suas reações e expressões, mas você tem um lugar mais que especial dentro de mim.
Quanto esperava por este momento de falar o que eu sinto por você, mas a coragem me faltou e só agora que eu a conquistei.
Quantas vezes passei perto de ti (ô loucura) queria te abraçar, te beijar, mas não conseguia ao menos falar um oi.
Lembra daquele dia que você puxou conversa comigo perguntando se a biblioteca estava aberta, suei até frio pra dizer que ela estava fechada e só abriria às 13h.
Eu sentado lá trás e você lá na frente. Eu, ‘o burro’, você, ‘a inteligente’. Contemplava a sua alegria ao fechar uma prova e ao mesmo tempo me angustiava por não poder festejar contigo, pois eu tinha tirado menos que a média.
Foi surpreendente quando mandei um convite pra você me adicionar no Orkut, esperava ansioso sua resposta, e você carinhosamente disse “tah acc, seja bem vindo pão” (ela sabia meu apelido), quase cai da cadeira de tanta felicidade, só o meu monitor pôde ver isso. Eu tinha poucos amigos, então quase não compartilhei isso.
A expectativa maior foi quando eu pedi o seu MSN, e novamente com muita gentileza ela passou e eu adicionei. Eu imaginava “ufa agora vou poder falar tudo o que eu sinto por ela”, mas não consegui travei no meio do caminho. No MSN só falávamos das provas, dos exercícios, dos trabalhos (que saco!).
É muito angustiante amar alguém e não conseguir expressar isso. Odeio a timidez, meu sonho era ser mais ‘livre, leve e solto’, mas pesava essa droga.
Queria tanto poder entregar essa carta pra ti, mas a minha coragem já se foi de novo, quem sabe algum dia você a lê na internet.


Bjos de quem te AMA demasiadamente!


Seu Pãozinho


segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

crônica

Esperança


Sou um garoto da rua: jogo bola (na rua), brinco (na rua), paquero (na rua), brigo (na rua). Minha mãe fala que eu fico mais na rua do que as pessoas que nela moram. Minha rua é sem saída, então o fluxo de carros é pequeno, só dos moradores. Colocamos golzinhos de praia pra bater pelada, pois não tem nenhuma quadra por perto. Ela não é asfaltada, é de hexágonos (vulgos: broquetes). É triste quando dá problema no encanamento e os funcionários da prefeitura arranca-os e fica lá, aquele buraco, cerca de 2 semanas atrapalhando nosso futebol. Outro dia a unha do meu dedão foi levantada, como gritei e meu amigo entrou uma pedrinha no joelho dele, também né, fica mergulhando no chão.
            Queria ser policial quando era pequeno, um pouco mais velho, queria ser veterinário (Maria vai com as outras), depois queria ser professor (vida sofrida), acabando a 8ª série queria ser jornalista (ah mãe), hoje, quero ser mais um sustentado pelos pais, mas continuo no Ensino Médio.
            Minha rua chama Nova Esperança, não sei quem deu esse nome pra ela coitada, mas o que me intrigou foi a segunda palavra: Esperança.    Na noite passada quando eu liguei meu computador, entrei na internet coloquei no Google a palavra esperança, apareceram vários significados, vídeos, até nome de cidade encontrei. Mas é incrível alguns dizem que ela é “a ultima que morre”. Outros ainda completam “ainda bem que a minha sogra não se chama Esperança”.
            Acabou que no meu dicionário ela tem o significado de esperar, só que de uma forma diferente do esperar que estamos acostumados. Ex.: Esperar o almoço, esperar o irmão tomar banho, esperar a sua futura namorada ficar on no MSN, esperar o presente do papai Noel, esperar...
            O meu significado de Esperança é relacionado com felicidade, correspondendo a nossa aspiração pela segunda. Apesar da minha vida desleixada desde o meu guarda-roupa até os meus cadernos da escola, eu tenho esperança no Mundo. Não espero nada dele, mas creio na nossa felicidade, mesmo que seja nas pequenas coisas.